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Central Isabel Teixeira

A peça de estreia de Isabel Teixeira que à época atendia por Bel. A peça foi ao lado de sua mãe em peça dirigida por seu padrasto, Carlos Meceni.

Estreou em maio de 1984, quando Isabel ainda tinha 10 anos, no Centro Cultural São Paulo que em São Paulo, aos sábados e domingos às 15:30. A peça, como Isabel sempre diz, era uma peça ecológica que retratava uma família que iria passar dias no Guarujá, porém o carro quebra em Cubatão, conhecida como a cidade mais poluída do País.

A interpretação já visceral de Isabel atraiu atenção e ela foi indicada e venceu a categoria Atriz Revelação do Prêmio APETESP realizado do Teatro Maria Della Costa em 22 de abril de 85.

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Peça realizada da EAD-USP. Não foram encontrados mais detalhes sobre o espetáculo.

Peça de Willian Shakespeare que teve direção, cenografia e figurino de José Rubens Siqueira, composta por 18 atores, e tinha o seguinte enredo: A tempestade é uma história de vingança, é uma história de amor, é uma história de conspirações oportunistas, e é uma história que contrapõe a figura disforme, selvagem, pesada dos instintos animais que habitam o homem à figura etérea, incorpórea, espiritualizada de altas aspirações humanas, como o desejo de liberdade e a lealdade grata e servil. Uma Ilha é habitada por Próspero, Duque de Milão, mago de amplos poderes, e sua filha Miranda, que para lá foram levados à força, num ato de traição política. Próspero tem a seu serviço Caliban, um escravo em terra, homem adulto e disforme, e Ariel, o espírito servil e assexuado que pode se metamorfosear em ar, água ou fogo.

Feita por alunos da Escola de Arte Dramática e encenada no Teatro Laboratório da ECA-USP.

Montagens amadoras de grupos formados por estudantes são uma constante na história do teatro brasileiro. A EAD (Escola de Arte Dramática) e a ECA (Escola de Comunicações e Artes), da USP, à época oficializaram a tradição com a abertura de um teatro exclusivamente dedicado a esse fim. O local de apresentação chamava-se Teatro-Laboratório ECA/USP e tinha duas salas, uma com 120 lugares e outra com 180, dedicadas às montagens dos alunos das duas escolas.
A estreia ocorreu em 17/07/1995 no espaço da EAD, escola vinculada à ECA, é especial também por outra razão. Recupera um texto há muito ausente no Brasil, do dramaturgo alemão Peter Weiss (1916-1982), cujo título, de tão extenso, merece parágrafo próprio.

Chama-se A Perseguição e Assassinato de Jean-Paul Marat representados pelo Grupo Teatral do Hospício de Charenton sob a Direção do Senhor de Sade.

Peça realizada na EAD-USP. Ainda não encontramos mais detalhes.

A peça “A Cozinha” iniciou temporada em 07/01/1997 no teatro-laboratório da Escola de Comunicação e Artes da USP. O elenco para essa montagem, contava com 26 atores. A maioria -20 deles-, estava no terceiro ano da Escola de Arte Dramática (EAD) da ECA/USP.
Cinco integrantes da peça estavam saindo do primeiro ano e, apenas um não era aluno da escola.
Na direção estava Iacov Hillel, que já dirigiu peças como “Angels in America” e “Violinista no Telhado”.

Isabel Teixeira respondia por Elza, uma cozinheira italiana.

A peça foi apresentada por alunos da EAD-USP no Teatro Laboratório da ECA e trazia um Molière virado ao avesso, reinventado, contemporâneo. Foi assim que a diretora Beth Lopes concebeu o espetáculo “Farsas e Improviso”, peça de conclusão de curso de alunos da EAD (Escola de Arte Dramática) da USP (Universidade de São Paulo). O espetáculo reuniu quatro farsas de Molière -“O Médico Volante” (1659), “O Amor Médico” (1665), “O Casamento Forçado” (1664) e “Jorge Dandin” (1668), todas emolduradas por “Improviso de Versalhes” (1663), também de Molière. O espetáculo ficou em cartaz até 17/07/97.

A peça foi escrita por Bertold Brecht em 1929, estreando em 28 de agosto daquele ano. Trata-se de uma peça traduzida por Fernando Peixoto que possuía 8 personagens e era dividida em 11 atos. 

História da peça

Peça realizada da EAD-USP. Não encontramos mais detalhes sobre o espetáculo.

Ágatha foi a última peça dos anos 90 e também a peça de conclusão de curso de Isabel, feita sob a direção de Roberto Lage. E, nela, Isabel atuava ao lado de Luciano Schwab (foto). A peça com texto de Marguerite Duras conta a história de Ágatha e seu irmão, Ulrich. A peça foi traduzida por Aline Meyer e Rodrigo Paz, contando com a cenografia de Pinky Wainer.

Foi inicialmente escrita para o teatro e logo em seguida adaptada ao cinema sob o título Agatha et les lectures illiniteés (1981). Duras conta a história de amor incestuoso entre Agatha e seu irmão, Ulrich (vivido por Luciano Schwab). A peça teve direção de Roberto Lage.

Jardim das cerejeiras foi a última peça escrita pelo russo Anton Tchecov e foi dirigida por Élcio Nogueira, com co-direção de Isabel Teixeira, que também esteve no elenco da peça com atores como Tonia Carrero, Milhem Cortaz, Renato Borghi, Iara Jamra, Beth Goulart e Ana Kutner. Estreando em 14 de novembro de 2000 no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. A peça era dividida em 4 atos e retrata a dona do jardim, Lhuba (Tonia Carrero) e o seu irmão Gaief (Borghi) mobilizando-se para manter a propriedade. O enredo é costurado por essa situação, segundo Borghi “uma metáfora terrível” para os dias atuais.

Assista aos atos de peça:

O jardim das cerejeiras – Ato 1

O jardim das cerejeiras – Ato 2

O jardim das cerejeiras – Ato 3 – Mágica 1

O Jardim das cerejeiras – Ato 3 – Mágica 2

O Jardim das cerejeiras – Ato 4

O clássico de Nelson Rodrigues fez parte da primeira fase de pesquisas da Cia Livre de Teatro, que desenvolveu os estudos públicos das tragédias cariocas de Nelson Rodrigues, que contou com 3 espetáculos e, toda nudez será castigada foi primeiro deles ficando em cartaz entre 2000 e 2002.

Em Toda Nudez, não há tablados separando espectadores e atores: todos dividem o mesmo plano baixo, acomodados em um espaço circular no qual se abrem nichos em diferentes pontos que acomodam alguns poucos elementos cenográficos. No centro dessa espécie de mandala está um gravador pelo qual se ouve a voz de Geni informando seu suicídio, elemento que abre e fecha a narrativa circular. Tal estrutura cenográfica elimina espaços privilegiados assim como mudanças de cenários e tempos mortos, ampliando o dinamismo das cenas e valorizando o ritmo ágil dos diálogos rodriguianos.

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Com texto de Tennesse Willians e tradução de Vadim Nikitin, Um bonde chamado desejo tinha direção de Cibele Forjaz, direção de arte de Simone Mina e assistência de figurino de Helena Amaral. Neste peça, Isabel interpretou Stella Dubois, irmã de Blanche Dubois (Leona Cavalli) e era mais uma parceria em cena com Milhem Cortaz (Stanley Kowalski) com quem Isabel trabalhou em Jardim das cerejeiras dois anos antes. A peça é mais uma montagem da Cia Livre de Teatro que descreve o espetáculo de seguinte forma: O luxo dessa montagem está nos atores, na qualidade do texto e na proposta de um encontro ao vivo entre o teatro e público.

As temporadas da peça: SESC Belenzinho – mar/Abr/2002
Sesc Copacabana/Rio de Janeiro – Maio/Jun/2002
São João do Meriti,São Gonçalo, Nova Iguaçu – Jul/2002
Catanduva, São José dos Campos, São Carlos, Araraquara, Santos, Ribeirão Preto – Ago/2002
Oficina Cultural Oswald de Andrade – Out/2002
Teatro Vento Forte – Nov/2002

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Um bonde chamado desejo – teaser

O texto faz parte do Projeto Kroetz da Cia Livre de Teatro, com rubricas do alemão Franz Xaver Kroetz, composto apenas de movimentos, que culminou em um filme. Isabel, na época dos ensaios, estava grávida de seu primeiro filho e, quando a barriga surgiu, a solidão existencial da personagem ficou sem sentido. A peça teve, portanto, vida curta na trajetória da Cia. Livre, realizando apenas uma apresentação na Oficina Cultural Oswald de Andrade, captada em vídeo pelo cineasta Sérgio Roizenblit.

Apresentações: Teatro da Oficina Cultural Oswald de Andrade – Maio de 2003
Festival Internacional de São José do Rio Preto – 2003

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Peça sem maiores detalhes até o momento.

A peça estreou em 05/10/2006, uma obra de John Patrick Shanley, dirigida por Bruno Barreto. E trazia no elenco Regina Braga, Dan Stulbach, Lena Roque e Isabel Teixeira. A produção retratou o embate entre uma freira e um padre acusado de ter abusado de um menino negro numa escola católica de Nova York. A história se passava nos anos 60, dentro de uma escola católica da ordem das irmãs de caridade, situada no bairro de Bronx (Estados Unidos). Quatro personagens envolvem-se numa trama pautada pela incerteza e intolerância, desencadeando uma série de conflitos.

No drama, a “dúvida” -diagnosticada inicialmente como um sinal de fraqueza- surge como um verdadeiro elemento transformador do ser humano, ao exigir mais coragem do que convicção.

Uma peça de Anton Tcheckov, dirigida por Enrique Diaz e criação coletiva de Bel Garcia, Emílio de Mello, Enrique Diaz, Felipe Rocha, Gilberto Gawronski, Isabel Teixeira, Mariana Lima. Esta montagem busca de certo modo reativar a potência de invenção e surpresa que a peça de Tchekhov possui. A montagem feita por Enrique Diaz e pelo grupo acrescenta novos “elementos ruidosos” à peça de Tchekhov, provocando novas desautomatizações, estranhamentos e questionamentos.

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É um espetáculo criado a partir de improvisações de Isabel Teixeira e Georgette Fadel, o espetáculo é inspirado na peça “Mary Stuart”, de Friedrich Schiller, escrita no final do século XVIII, mas trata de temas que continuam atuais, pois dizem respeito a conflitos e emoções humanas. E ficou em cartaz de 2008 a 2012 e excursionou por várias cidades do Brasil, participou do Festival Schiller, em Mannheim em 2011 e, em 2012, participou do Festival Santiago a Mil no Chile.
O espetáculo se dá com Georgette e Isabel entrando na arena como se estivessem atrasadas. Ao longo da peça, jeans e camisetas são substituídos pelos figurinos que as transformam em rainhas. A ideia é humanizar ao máximo Elizabeth I, da Inglaterra, e Mary Stuart, da Escócia.

A interpretação de Isabel na peça lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Atriz em 2009.

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Peça da Cia Livre do Projeto Kroetz que contava com três espetáculos que, segundo Isabel Teixeira era um projeto do autor alemão Franz Xaver Kroetz que tinham relação apenas por serem do mesmo autor, sem ligação de continuidade.
Objeto Conferência tinha relação com Depois do Expediente (2003), o texto conferência era de Isabel com direção de Cibele Forjaz.
Trata-se, enfim, de uma peça grávida. O ponto de partida é um “objeto-conferência” sobre Depois do Expediente. Aos poucos, ficção e realidade se misturam, trazendo à luz, em plena cena, uma dramaturgia inédita: o “Inventário”. O diálogo entre uma obra específica de um autor alemão e a dramaturgia que se reinventa em cena pela atriz no momento presente do espetáculo, abre caminho para o nascimento de um teatro que se faz com crises e simbioses. Durante Depois do Expediente em 2003, Isabel estava grávida de seu primeiro filho, e em 2010 as ações eram executadas por outra atriz e narradas por Isabel que estava grávida de quase 9 meses de Flora o que fez com que, o espetáculo fosse dedicado aos dois.

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A peça foi desenvolvida sob direção de Felipe Hirsch. No elenco, Guilherme Weber (co-fundador da Sutil), Leonardo Medeiros (antigo colaborador da companhia), Danilo Grangheia, Georgette Fadel, Isabel Teixeira, Márcio Vito, Maureen Miranda e Pedro Inoue.
A montagem é uma tragédia de humor sarcástico, sobre a condição inevitável e prescrita da mortalidade humana e nossos esforços desesperados para esquecê-la. Estevão é o nome do primeiro mártir do Cristianismo, morto por apedrejamento. Mas, de fato, não é o nome do anti-herói judeu desse novo espetáculo, criado pela Sutil e Sam Lipsyte (parceiro de Felipe Hirsch, Daniela Thomas e Will Eno, no filme “Insolação”).

Estevão é como ele passou a ser conhecido, depois de ser apresentado por seus sombrios médicos, para a mídia global, como um paciente terminal, com uma doença absolutamente original: especulações o apontaram como um possível portador de uma forma mortal de… tédio.

O espetáculo brinca com o clássico de Shakespeare, e os atores dão um show ao interpretar vários personagens em diferentes situações. O elenco, composto por Bel Garcia, César Augusto, Isabel Teixeira e Emílio de Mello, entre outros, usa as palavras de Hamlet como metáforas para questões existenciais. A direção é de Enrique Diaz.
Trabalho de 2004 que marcou a trajetória da Cia. dos Atores, a peça venceu o APCA de melhor espetáculo e o prêmio Shell de melhor direção.
O espetáculo começa com todos os atores em cena e o primeiro texto, conta que, durante os ensaios de outro espetáculo dirigido por Enrique Diaz, ele pedia aos atores que fizessem acontecer ‘alguma coisa de real’. Essa chave aciona diversos procedimentos da encenação, desde o uso de elementos concretos até a revelação do conflito, da crítica ou da perplexidade do ator em relação ao personagem que está encarregado de representar.

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Peça idealizada e dirigida por Felipe Hirsch para o Festival de Livros em Frankfurt na Alemanha, tinha no elenco Georgette Faddel, Isabel Teixeira, Javier Drolas, Jorge Emil, Luíz Päetow, Luna Martinelli, Magali Biff e Rodrigo Bolzan. Eram ao todo 4 peças, Puzzle a, b, c e d.
A sinopse do espetáculo diz que: Talvez o maior de todos os quebra-cabeças seja aquele que da conta de apresentar com total definição quem somos e, ainda mais, quem somos vindo de onde viemos. Porque ser brasileiro e estar aqui não é nada fácil de decodificar. Somos curiosamente indecifráveis. Imagine, então, fazer isso no teatro. Felipe Hirsch o fez. Puzzle (a) integra uma série de espetáculos criados para representar o Brasil na Feira de Literatura de Frankfurt. Partindo da leitura de dezenas de escritores brasileiros e encontrando silêncios e falas comuns, Hirsch escolheu os textos, compondo uma experiência em pedaços distintos. O (a) no título se refere ao primeiro, ao que expõe a estrutura de um existir brasileiro por seus meandros deformados e que tanto preferimos ignorar. É impossível não reconhecer o mais horrível e banal de nosso cotidiano. Uma cultura de desvalorização do outro, de sustentação das fugas e sublimação dos erros. Puzzle (a) é a face mais crua de nossa máscara. O rosto, ainda escondido, talvez esteja mesmo naquele que consiga assistir e se surpreender, indignado, com o explicitar do comum.
No destaque carreira você pode conferir alguns vídeos com trechos da peça e entrevistas com o diretor.

Baseada em “As Três Irmãs”, de Anton Tchékhov, a montagem mostra a melancolia de Irina, Maria e Olga, que moram em uma pequena cidade na Rússia e sonham em voltar a Moscou, onde tiveram uma infância feliz. Sua origem reside no passado. Conforme já dito, o ponto de partida foi a peça de Tchekhov, escrita em 1900. No dia em que Irina (papel de Julia Bernat) comemora 20 anos — e tenta esquecer o primeiro aniversário da morte do pai —, ela e as irmãs Olga (Isabel Teixeira) e Maria (Stella Rabello) dão uma festa. O público assiste às três personagens lidando com seus desejos de mudança, medos e frustrações. Também vê a participação de contrarregras que mexem nos cenários e três câmeras gravando as ações no palco, como num set de filmagem.
Os espectadores que escolheram acompanhar aquela história da sala de cinema não viram um teatro filmado, mas um filme mesmo, com todos os cortes de câmera realizados na hora. Para que isso fosse possível, a iluminação do espetáculo foi pensada de modo que atendesse às duas mídias. Três câmeras captam as imagens da peça. Para que o público do teatro não tivesse a sensação de estar presenciando uma filmagem, os cinegrafistas foram integrados à trama. Ou seja, também são personagens.

Sinopse: Camadas e mais camadas para falar sobre a utopia. Sobre o não lugar. Sobre o “lugar” que imaginamos mas onde nunca estamos. E se Elas Fossem para Moscou? é uma peça, mas também é um filme. Dois espaços diferentes entrelaçados. Um é a utopia do outro, mas cada um é completo em si. No teatro, filmamos, editamos e mixamos ao vivo o que se vê no cinema no mesmo instante. Simultaneamente as duas artes coexistem. E o público escolhe de qual ponto de vista quer ver essa história sobre três mulheres de hoje, três irmãs em diferentes fases da vida, desejando a mudança,

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A Tragédia Latino-Americana, é a primeira parte de um projeto dedicado à literatura deste pedaço do continente – a ser completado por A Comédia Latino-Americana.
A base sobre qual se cria A Tragédia Latino-Americana é a literatura. Portanto, a experimentação cênica se proporá a instaurar um espaço híbrido de espectadores que ouvem os textos e recriam suas situações ficcionais a partir de indicativos concretos liberados pelos atores, como a inflexão da voz, o gestual, o deslocamento espacial e a caracterização. Mas a moldura e a perspectiva se mantêm, ampliadas, de tal modo a se poder vislumbrar nessa utopia um mapeamento possível de pistas, temas e textos sobre conjuntos humanos, sociais e políticos agora territorializados na América Latina, cartografados na forma de contrastes de sentidos que indicam indiferentemente seu parentesco com uma Tragédia e uma Comédia, ambas formas que podem fazer rir ou chorar, como ocorre na vida.

Três cenas se destacam. A primeira, em que os atores se revezam no microfone para contar a trajetória de Marilene, começando por seu estup#o, depois o abort#, depois o filicídio#, a prisão e a mort3. Impossível conhecê-la de fato sem multiplicar os narradores, sem levar em conta toda a narrativa de sua vida. A segunda cena mostra um editor ditando uma carta em francês, que é traduzida em tempo real em português e em espanhol, aconselhando um escritor latino a não se emancipar – ele que pinte sua aldeia, como sugeriu Tolstoi, mas usando o pincel da metrópole. Na cena em que um namorado convence a companheira a se prostituir para que ela finalmente atinja um orgasmo, é o homem tentando dominar 100% do discurso erótico da mulher

Em cena, os atores interpretam dois casais de vizinhos que se encontram e descobrem ter mais em comum do que as casas idênticas e sobrenomes iguais. Com este ponto de partida, a peça flagra a convivência do quarteto e os relacionamentos que começam a se entrelaçar. Em um hábil jogo de cena, o autor mostra que nem tudo é o que parece ser, fazendo que as situações reflitam, também, sobre os diferentes estágios do casamento.
“Os Realistas” é um exercício do autor sobre o gênero realista. “É um gênero em que os heróis dão lugar a pessoas comuns. Nesta história, Eno desloca seus personagens para uma pequena cidade interiorana e campestre, em um movimento de alguma maneira também reverente ao teatro de Tchekhov. Este confronto com a natureza, o vasto e o desconhecido faz com que estes personagens se cruzem em uma comédia existencialista sobre vida, morte, amor e vizinhos”.

Ítaca — Nossa Odisseia I é uma releitura do épico grego Odisseia, de Homero. Aborda, em cenas que remetem aos tempos atuais, a travessia feita por Ulisses após a Guerra de Troia e sua ânsia por deixar a ilha da ninfa Calipso para finalmente voltar a Ítaca; e a espera vivida por Penélope, que durante 20 anos acreditou no retorno de Ulisses, resistindo a pretendentes que queriam tê-la como esposa tanto quanto tirá-la do poder. De um lado está representada Ítaca e os dramas de Penélope. Do outro, a ilha e a batalha de Ulisses para conseguir se desvencilhar do feitiço da ninfa. Metade do público assiste de um lado e a outra metade, de outro. Em ambos os lados, as atrizes brasileiras Julia Bernat, Stella Rabelo e Isabel Teixeira interpretam todas tanto Penélope quanto Calipso, enquanto os atores franceses Karim Bel Cacen, Cédric Eeckhout e Matthieu Samper também dão vida tanto a Ulisses quanto aos pretendentes de Penélope. Quem assiste à versão audiovisual vê, em momentos de plano aberto, as movimentações da plateia entre os dois cenários, de modo que o público passa a também fazer parte da cena. Não se trata, contudo, de uma filmagem do espetáculo.

A versão em vídeo funciona como uma outra obra, pois constrói uma narrativa própria. É, em alguma instância, um registro do que aconteceu no palco do parisiense Teatro Odéon, mas pensado inteiramente para o cinema. Há alternância entre os planos de filmagem e até momentos em que a câmera é operada pelos atores, proporcionando uma experiência diferente ao público desta outra versão.

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Um diagnóstico inesperado desencadeia o maior dos dramas humanos, que a todos iguala: a tomada de consciência da finitude, da fragilidade humana e do inevitável confronto com a morte. Mas, se o tema é transitoriedade e vulnerabilidade, para além disso há uma narrativa de paixão pelo próprio ofício, pelas pessoas, vivências e, sobretudo, uma declaração de amor à vida. Estreia em 13 de julho.

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