Rainha[(S)]: Duas atrizes em busca de um coração

Rainha[(S)] teve sua estreia em 07 de novembro de 2008. O enredo da peça gira em torno da luta político-religiosa entre as Rainhas Elizabeth I e Mary Stuart, que disputavam a coroa da Inglaterra na segunda metade do século XVI. A diretora Cibele Forjaz e as atrizes Georgette Fadel e Isabel Teixeira, partiram do texto clássico para criarem coletivamente uma dramaturgia própria, trazendo para o coração da cena a atualidade de um texto histórico.
Foi apresentada em São Paulo, Maranhão, Paraná, Brasília, ceará, Rio Grande so Sul, Rio de Janeiro, Bahia, Recife, Macapá, Roraima, Manaus, Pará, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Rio Grande de Norte, Pernambuco e Alemanha.
As duas chegam à cena como Isabel e Georgette e, mesmo assumindo as falas e os gestos das rainhas Mary Stuart e Elizabeth 1ª -da história da Inglaterra e da peça de Schiller-, prosseguirão até o final pontuando suas próprias histórias, opiniões e voracidades. Entregam-se enquanto compositoras, ao vivo, a uma síntese delas próprias com as personagens. Isto é mais que interpretar um papel servindo-se de uma voz previamente escrita.
A música de Rainha[(s)] é composta de nove canções e quatro temas instrumentais. Duas vozes, um piano e um trompete executam a música ao vivo. As canções são mais fechadas como forma, mas seu acompanhamento e os temas instrumentais são bem livres, bastante improvisados em certos momentos.
O Espetáculo
Trata-se de uma recriação de Mary Stuart de Schiller, baseada na obra de Manuel Bandeira. A dramaturgia é de Cibele Forjaz, Georgette Fadel e Isabel Teixeira e direção de cena de Elisete Jeremias, as fotos da peça são de Roberto Setton.
O trabalho cênico e dramatúrgico do espetáculo RAINHA[(S)] revisita esse clássico por uma ótica diferente: apenas duas atrizes em cena, levando a carga trágica do drama à sua essência. O espírito de “nacionalização dos clássicos” presente no projeto, cria um interesse no intercâmbio do particular com o universal, da experimentação com o clássico.
O espetáculo conta com 10 canções, são elas: Tema do Coração, Errei Sim, Condenada, Contact Tango, Audácia, Mary, Me?, Que Pouco é o Homem, Afã da Liberdade, Canção Final de Elizabeth, Canção Final de Maria e, os responsáveis por elas são Isabel Teixeira, Lincoln Antônio e Walter Garcia.
O prêmio Shell
O Prêmio Shell de Teatro foi criado em 1988 para contemplar, todos os anos, os artistas e espetáculos de melhor desempenho nas temporadas teatrais do Rio de Janeiro e São Paulo. Por sua Mary Stuart, Isabel Teixeira foi indicada ao Prêmio em 2009 e venceu a categoria Melhor Atriz.
“Eu queria produzir meu próprio trabalho e, quando pensei em montar, me veio logo o texto de Mary Stuart na cabeça, que eu conhecia a tradução do Manuel Bandeira”
Desde o primeiro momento, Isabel sabia que não levaria a obra original de Schiller para os palcos. Afinal, foi motivada pela cena do encontro entre essas duas soberanas que Isabel decidiu contar essa história. Logo, só precisava de mais uma parceira de cena, no caso, Georgette Fadel. Para mim, o que havia de seminal nessa obra do Schiller era o embate entre elas e foi nisso que focamos, conta. Coube a ela e às parceiras de projeto assinar a adaptação do texto. Foi uma necessidade porque o dramaturgo que iria trabalhar conosco não poderia ficar na sala de ensaio todo dia, mas também foi uma atitude de coragem nossa, reconhece. A gente uniu a forma que cada uma tinha de fazer as coisas, fazíamos estudo de mesa do Schiller, líamos cena a cena, aí improvisávamos em cima delas, depois escrevíamos. Fomos criando e hoje podemos dizer que, além do espetáculo, temos um texto.

Links úteis
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Fontes: Blog Rainha[(S)], Folha, O Tempo, Canal Fora de Quatro, Revistas USP