Toda nudez será castigada
A platéia (dividida entre cadeiras normais que rodeiam o espaço Cenico formando um grande círculo e cadeiras de ioga inseridas no interior deste círculo), acompanha a tragédia anunciada desenrolar-se por todo o espaço – círculo / mandala / fita de gravação / casa de Herculano / cabeça de Herculano – como uma projeção alucinada da mente de Herculano, que revive através de flashes da memória todo o enredo da peça: o triangulo amoroso entre Geni, prostituta de luxo, Herculano, viúvo casto e rico e seu filho Serginho, menino virgem de 18 anos.

Retrata a história de Geni, e em torno dela gravitam o viúvo Herculano (Hélio Cícero), seu filho Serginho (Vadim Nitkin) e seu irmão Patrício (Gustavo Machado). Neste último, quase se enxerga o rosto do próprio autor, que o usa para manipular a trama. Nelson Rodrigues faz do cafajeste de botequim um profeta: “Só ele enxerga o óbvio”.
Incentivando o público, a peça é testemunhada com horror pelo coro das tias do viúvo (Isabel Teixeira , Mila Ribeiro e Tatiana Thomé).
A encenação busca aproximar, rodear, misturar a platéia no movimento intrínseco das personagens, suas contradições e emoções, de forma a promover a identificação e catarze que Nelson Rodrigues propõe neste folhetim de paixão e morte.



Temporadas
SESC São José do Rio Preto -Jun/2000; SESC Belenzinho – São Paulo – Jul/2000; Projeto Oswald Convida – Ago/Set/2000; Teatro Oficina – Out/Nov/2000; Mês Teatral: Teatro João Caetano/Teatro Arthur de Azevedo – Jan/fev/2001; SESC Copacabana/ Rio de Janeiro – Mar/abril 2001; Nelson de todos nós… – Teatro Sérgio Cardoso – maio /2001; CARAVANA PAULISTA DE TEATRO (Mongaguá, Jacareí, S. J. do Rio Pardo, Iguape e São Paulo) – abr/jun/01
Fonte: Acervo UNIFESP, Cia Livre de Teatro