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Central Isabel Teixeira

Eleutheria

Eleutheria, do grego ελευθερία, significa LIBERDADE. E a relação com o autor se iniciou com sua trilogia ‘Molloy’, ‘Malone morre’ e ‘O inominável’ por volta de 1998 com um curso ministrado com Renato Borghi, Elcio Nogueira Seixas e Valdir Nikitin no Centro Cultural Oswald de Andrade, que fica em São Paulo.

Tudo começou com a compra da tradução inglesa da peça e, em seguida a leitura da tradução francesa, então para ter um entendimento maior da peça, se passou a estudar mais profundamente o escritor. Eleutheria é conhecida como “a peça falida do Beckett” já que o autor não permitia sua publicação ou mesmo sua apresentação nos palcos.

Ex-aluna da Escola de Arte Dramática, atendeu como diretora da peça Eleutheria dos alunos da Turma 63 em 2013. Isabel levou 10 anos para fazer a tradução completa da peça até montá-la na EAD. A peça esteve em cartaz de 04 a 21 de julho de 2013 no Teatro Laboratório ECA.
Para Isabel: Eleutheria está colada no nosso tempo, é preciso rever as estruturas. Afinal, O QUE É LIBERDADE PARA VOCÊ?

“Tudo transpira ao preto ou ao branco. E a cor é a síncopa (Samuel Beckett)”

Entrevista sobre Beckett

Uma peça “falida” escrita originalmente em francês em 1947. O primeiro contato de Isabel com a peça foi em 1998, a tradução feita por ela partiu da versão francesa, língua que tem maior domínio e, demorou um total de 10 anos. 

Revela uma faceta obscura do autor irlandês que revolucionou a linguagem teatral do século 20 e morreu em 1989. Na obra, não há sinal do minimalismo exacerbado que norteia a linguagem beckettiana. O dramaturgo, romancista e poeta surpreende ao construir uma superprodução composta por 18 personagens, flertando com o vaudeville e o melodrama. Na íntegra, a obra possui três atos e uma duração de mais de três horas, mas a versão apresentada, enxuta, dura 1h50. A trama gira em torno da decisão do protagonista Victor Krap de se eximir de ser, de agir. “Ele é filho de família pequena burguesa. Poderia fazer faculdade e casar com sua noiva, mas resolve prezar pela liberdade de não fazer nada”. O conflito já revela a semente do vácuo dramatúrgico que aparece em “Esperando Godot”, obra-prima do autor, e determina, de forma geral, suas obras posteriores.

“Eleutheria” (liberdade, em grego) só veio a público quase meio século após sua criação. Escrita em francês em 1947, foi engavetada por Beckett e virou vítima de uma batalha judicial entre os editores franceses e americanos do autor -a encenação em circuito comercial ainda é proibida.

Ensaios e ensaio geral

Assista a peça na íntegra

Fontes: Folha de São Paulo, Acervo Martha Pimenta, Acervo Evaldo Mocarzel