Objeto conferência para um inventário inacabado
No aniversário de nascimento da Cia. Livre, em setembro de 2010, Depois do Expediente, a peça que “poderia ter sido e não foi”, resolve abandonar a tumba. Enrolada em sua mortalha, um parangolé de objetos grávidos, suplica lua nova e faz com que façamos coro com Hamlet: “Por que teus ossos, devidamente consagrados, enterrados com as devidas cerimônias romperam a mortalha? Por que o sepulcro onde te pusemos tão tranquilamente, abriu suas pesadas mandíbulas de mármore para te jogar outra vez nesse mundo?” Passado o susto, o enigma agora pede nossa ação. O parafuso volta a se mover. Isabel está grávida pela segunda vez. A barriga já despontou e proclama vida a olhos vistos. A peça volta a excitar nosso sangue e não podemos deixar tudo dormir.
Objeto-Conferência para Inventário Inacabado (obra aberta em 7 movimentos) é o esboço da nossa ação. Um estudo cênico aberto ao público. A construção da dramaturgia só se completa na presença do espectador. Trata-se, enfim, de uma peça grávida. O ponto de partida é um “objeto-conferência” sobre Depois do Expediente. Aos poucos, ficção e realidade se misturam, trazendo à luz, em plena cena, uma dramaturgia inédita: o “Inventário”. O diálogo entre uma obra específica de um autor alemão e a dramaturgia que se reinventa em cena pela atriz no momento presente do espetáculo, abre caminho para o nascimento de um teatro que se faz com crises e simbioses.
A PEÇA DA PEÇA
Uma peça produzida em 2003 pela Cia. Livre, em que não havia falas, mas interações com objetos, não chegou a ser montada porque a protagonista ficou grávida. Agora, aquele espetáculo serve de inspiração para “Objeto-Conferência para Inventário Inacabado”


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Fontes: Lenise Pinheiro, UOL, Cia Livre de Teatro, Folha de São Paulo